PERGUNTA: Porventura deveríamos encetar novamente o velho
curso tradicional dos Templos iniciáticos do passado a fim de penetrarmos a
doutrina dos ensinamentos superiores, em que Kardec e os espíritos se basearam
como fundamento do Espiritismo?
RAMATÍS: -
Já dissemos, alhures, que a vida dinâmica do homem do século XX, obriga-o a
"iniciar-se" à luz do dia, no próprio ambiente social desde a manhã
até a hora de cerrar os olhos para o descanso, à noite. O Mestre moderno já não
usa mais a barba e os cabelos compridos como os antigos patriarcas, pois cairia
no ridículo. Conforme diz certo brocardo hindu, "o Mestre aparece assim
que o discípulo está pronto" para os "testes" de sua iniciação
espiritual, que o põem em prova ante o insulto do policial mal-humorado, do
esbarrão do brutamontes, do egoísta ao furar a fila do ônibus, do palavrão do
bêbedo obsceno, da especulação do mau negociante, da irritação do chofer do
ônibus ou da avareza do ricaço.
O homem, assim, gradua-se, pouco a pouco, no experimento
cotidiano da própria vida sem precisar de rituais, compromissos e juramentos
dos templos iniciáticos de outrora. Após tantas peripécias na vida terrena,
enfrentando as vicissitudes e ingratidões próprias do mundo de efervescência
tão primária, batido e massacrado pelas provas severas do sentimento em purificação, o homem é submetido à argüição
do Evangelho de Jesus, a fim de se verificar a média do seu exame final nessa
iniciação espiritual, em cada reencarnação. Antigamente os discípulos, firmados
nos rituais dos templos iniciáticos, preparavam-se para, depois, viver no mundo
como o atleta disposto a conquistar a vitória de si mesmo no campeonato da
existência humana. Hoje, no ambiente da vida profana ele enfrenta os problemas
que lhe excitam e graduam o espírito nas relações comuns com os seus
companheiros de jornada física.
Do livro: “Elucidações do Além”
Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.
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