Sabedoria Ramatis

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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Elucidações sobre o perispírito – VI Parte









PERGUNTA: - É certo que os velhos mestres da tradição iniciática não endossam a codificação espírita, porque Allan Kardec expôs demasiadamente em público os mistérios do Ocultismo?


RAMATÍS: - Allan Kardec foi um dos mais avançados mestres de iniciação esotérica do passado, bastante familiarizado com a atmosfera dos templos egípcios, caldeus e hindus.
E inúmeros iniciados que desenvolveram suas energias psíquicas e despertaram seus poderes espirituais nos ambientes dos antigos templos inciáticos, também estão agora encarnados na Terra e cooperam valiosamente na seara espírita. Pouco a pouco, eles revelam os conhecimentos ocultos, que Allan Kardec teve de velar em sua época por falta de um clima psicológico adequado e favorável aos ensinamentos esotéricos, em público.
Esses iniciados, com o auxílio da própria Ciência profana, extirpam gradualmente da prática mediúnica muito compungimento lacrimoso e religioso, que não se coaduna com o espírito científico, lógico e sensato dos postulados espíritas, cada vez mais avançados.
O Espiritismo simplificou os ensinamentos complexos do Oriente, como a Reencarnação e a Lei do Carma, expondo-os de modo conciso e fácil, sem as sutilezas iniciáticas, os simbolismos complexos e as grafias sibilinas do sânscrito, graduando-os de acordo com a capacidade mental dos seus adeptos ainda imaturos para uma didática muito esotérica.
Porém descansem os espíritas demasiadamente ortodoxos e temerosos de qualquer "confusão doutrinária", no seio do Espiritismo, só porque venham a examinar os ensinos e os conhecimentos de outros movimentos espiritualistas.
Mesmo porque a revelação do verdadeiro mecanismo da Vida do Espírito Imortal não se fará de modo instantâneo e miraculoso. Isso se processará através do estudo, de pesquisa e da busca incessante por parte do discípulo liberto de qualquer condicionamento sectarista.
A cômoda atitude do espírita ignorar propositadamente qualquer assunto que não se relacione com a sua doutrina, em geral, é mais fruto da preguiça mental do que mesmo receio de confusão doutrinária. Aliás, a confusão não está nas coisas que investigamos. Ela está em nós mesmos, pois só o homem realmente confuso tem medo de conhecer outros movimentos esotéricos, cujos princípios doutrinários apoiam-se também nos fundamentos em que assentam os postulados do Espiritismo. Tal receio resultará num estacionamento mental obstinado, que não livrará o discípulo de enfrentar essa tarefa nesta ou noutra existência terrena.
A Terra é escola de educação espiritual primária que só libera os seus alunos depois que eles forem aprovados em todas as matérias nela existentes. Os espíritas sabem que não há "graça" nem privilégios extemporâneos na senda da evolução espiritual; por isso, quando o discípulo desperta para a realidade da vida imortal, ele encontra-se diante de um problema capital de sua existência, porquanto, ao mesmo tempo, entram em conflito, na sua consciência, os instintos primários do animal e a súplica do anjo para que ele prefira lutar para subir ao Paraíso. É o momento cruciante, que os, hindus definem como o adepto caminhando sobre o "fio da navalha", porque, realmente, ele encontra-se angustiado e indeciso entre o "céu e o inferno", pois tem de desintegrar a personalidade do "homem velho", dando ensejo ao nascimento do "homem novo" do padrão angélico enunciado por Paulo de Tarso. (8).
Depois que o homem encerra a sua iniciação espiritual na Terra, aprendendo todo o alfabeto das matérias primárias que lhe testam o coração e lhe desenvolvem o intelecto, então será promovido para o mais próximo "ginásio planetário" 9. Não é justo que os alunos reprovados no curso primário terreno, antes de haverem assimilado integralmente os seus ensinamentos de menor envergadura espiritual, devam ingressar num curso superior.



8) - Nota do Revisor: Diz o brocardo hindu: "Difícil é andar sobre o aguçado fio de uma navalha; e árduo, dizem os sábios, é o caminho da Salvação". Para o leitor estudioso, recomendamos a obra "O Fio da Navalha", de W. Somerset Maugham, romance que expõe de modo compreensível inúmeros ensinos e admiráveis atitudes do discípulo oriental.

9) - Vide a "Vida no Planeta Marte", de Ramatís, capítulo I, "Aspectos Marcianos"; vida marciana que, em comparação à existência terrena exaustiva e trôpega, mais se assemelha a um "ginásio planetário".





Do livro: “Elucidações do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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