"Todo gasto excessivo de forças sexuais destrói os elementos preciosos da vida psíquica, responsáveis pela ligação entre o mundo superior e a Terra, por cuja falta o homem é empurrado cada vez mais para o submundo do instinto animal inferior. Em sentido oposto, a economia e o controle das energias sexuais, quando disciplinadas pela mente, beneficiam extraordinariamente o médium.
O fluido criador, quando acumulado sem a violência da contenção obrigatória, purifica-se pelo contato com as vibrações apuradas do espírito. Esse magnetismo vitalizante, poupado das glândulas sexuais, depois funde-se ao fluido superior emanado do "chacra" coronário, irriga o cérebro e clareia a mente, despertando a função da glândula pineal à altura do "chacra" frontal e favorecendo a visão psíquica do mundo interior.
Os abusos da prática sexual enfraquecem o cérebro, pois tanto o homem como a mulher exteriorizam a parte positiva e negativa da força sexual, que os órgãos responsáveis usam para a procriação.
A maior parte das criaturas ignora que certa porcentagem dessa força constrói e alimenta o cérebro, por cujo motivo o seu gasto excessivo pode afetar a memória e retardar o raciocínio, enquanto o bom uso purifica as emoções e os pensamentos. Certas criaturas que abusam de afrodisíacos para multiplicar a prática sexual, em geral terminam enfermiças, imbecilizadas e retardadas, apresentando as síndromes "parckisionianas", devido ao esgotamento dos fluidos sexuais imprescindíveis à nutrição das células cerebrais."
(Ramatis)
PERGUNTA: — Poderíeis nos dizer se a libertação do sexo, na matéria, basta para elevar o espírito às esferas espirituais, isentando-o das reencarnações físicas?
RAMATIS: — O sexo ainda é a última porta a fechar-se para o homem que procura libertar-se do ciclo doloroso das reencarnações físicas, o que só conseguirá, já o dissemos, quando se tornar casto, mas sem a preocupação doentia de ser casto. Isso será fruto natural do seu aprimoramento espiritual, em vez de forçada sufocação da chama interior, que persistirá latente sob as cinzas da vontade imposta draconianamente.
A castidade forçada é o cérbero terrível que ainda mais excita o desejo insatisfeito e acicata a mente incontrolada. Somente compreendida como processo procriativo, e não como desejo reprimido, a contenção sexual beneficia o homem e principalmente o médium, extinguindo-lhe a ansiedade da relação física.
O desejo lúbrico deverá desaparecer pela compreensão consciente de que o ato sexual, antes de ser uma ação prazenteira, é função biológica de reprodução na matéria. Oxalá o médium bem intencionado já se dê por satisfeito com as suas relações conjugais, evitando as aventuras condenáveis fora do lar e as ligações deprimentes com o psiquismo torturado das infelizes mercadores da carne.
Os prostíbulos, sob qualquer hipótese, são cisternas de fluidos intoxicantes, os quais aderem à tessitura delicada do perispírito, criando condições eletivas para atuar os obsessores e os vampiros egressos das sombras do astral inferior.
O médium que se entrega às aventuras sexuais menos dignas transforma-se no traço de união entre o astral trevoso e o lar em que vive, carreando para este as emanações nocivas e as perturbações, que são frutos do seu mau comportamento sexual.
Os miasmas, os bacilos e vírus psíquicos da degradação do sexo terminam por povoar-lhe o ambiente familiar, ali instalando-se a enfermidade, a angústia e a desarmonia que caracteriza as noitadas tristes e trágicas dos ambientes de prostituição. Mas é evidente que só a libertação do sexo, na matéria, não basta para elevar o espírito às esferas espirituais, caso ele ainda esteja algemado à crueldade, à vingança, à cupidez ou avareza, o que ainda o põe em sintonia com o astral inferior.
DO LIVRO: "MEDIUNISMO" RAMATÍS/ HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.
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