Sabedoria Ramatis

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

OBSESSOR, O "TIGRE" FURIOSO

 



PERGUNTA: Temos defrontado casos tão impiedosos por parte de espíritos obsessores tão cruéis, sobre suas vítimas, que achamos algo razoável o emprego da força e da disciplina férrea com que os silvícolas dominam violentamente essas vontades maldosas e tão destrutivas.

RAMATÍS: Não nos consta que Buda, Crisna, Ramacrisna, Maharishi, Ghandhi, Vicente de Paula, Francisco de Assis e principalmente Jesus, espíritos que renunciaram as gloríolas terrenas para se devotar ao bem do próximo, tenham sido vítimas das entidades obsessoras sediadas no mundo oculto. Allan Kardec, a nosso ver, foi uma das criaturas que mais lidaram com os espíritos de todos os matizes e graus espirituais, enquanto também enfrentava a campanha difamante do Clero e dos pseudos cientistas da época. No entanto, nenhum espírito desencarnado malévolo e cruel conseguiu atacar o codificador do Espiritismo, ou firmar as bases para quaisquer empreendimentos obsessivos. De acordo com os princípios justos da Lei do Carma, a interferência de espíritos cruéis e enfurecidos tentando obsidiar os encarnados não é acontecimento acidental ou proceder injusto, mas apenas o efeito de alguma causa infeliz ou trágica do passado. Foi o próprio obsidiado que engendrou as conseqüências dolorosas que depois vem a sofrer. Ele também feriu ou traiu aquele que o persegue, A lei retificadora de tais casos, Jesus a enunciou claramente, quando advertia que "quem com ferro fere com ferro será ferido", ou seja, o equivalente ao próprio adágio terrícola, de "quem semeia ventos colhe tempestades". Não há injustiças no mecanismo ordeiro da evolução espiritual criada por Deus; ninguém será perseguido, maltratado ou enganado, salvo por sua própria imprudência ou culpa pregressa...
PERGUNTA: Como dominar esse tigre furioso e rebelde a qualquer providência amorosa?

RAMATÍS: Malgrado compareis o obsessor cruel ao tigre feroz e refratário à linguagem amorosa, não tenhais dúvida de que sua vítima é a principal culpada de atraí-lo à sua presença, em face dos prejuízos que também o fez sofrer no passado. Mesmo as feras pressentem a criatura inofensiva e amorosa, pois, enquanto alguns homens têm sido sacrificados entre os animais, outros há que nunca foram picados por abelhas, répteis ou insetos venenosos, nem mordidos por cães, escoiceados por cavalos ou feridos por outros animais.
Francisco de Assis, no seu imenso amor, exortava as aves e as feras, fazendo imorredoura amizade com o lobo feroz. Jesus estendia suas mãos sobre as serpentes e elas se enrodilhavam enlanguecidas pelo seu magnetismo sublime. Ramana Maharishi, quando jovem, entregava-se aos seus êxtases, enquanto aranhas subiam-lhe pelo rosto e as feras lambiam-lhe as mãos, participando também de suas refeições.
O castigo ou a prisão não apagam as chamas do ódio que alimentam os espíritos em mútuo processo obsessivo, onde um deles leva a vantagem de operar do Invisível. Só há um
recurso ou solução o amor pregado pelo Cristo, e que converte até as feras. O espírito perseguidor e cruel é apenas o credor que regressa para cobrar suas dívidas, exigindo
os juros escorchantes da chantagem de que foi vítima no passado. Infelizmente, mesmo entre alguns espíritas estudiosos da doutrina, ainda se alimenta odiosa animosidade para com o obsessor sediado no Além, enquanto se procura ignorar o ódio, a irascibilidade e a blasfêmia da própria vítima, que assim tenta ignorar suas culpas pregressas. A família do obsidiado tenta liquidar o problema aflitivo e incômodo a qualquer preço e modo. Para isso, move terra e céus com o fito de afastar o obsessor ou, se possível, liquidá-lo. Raramente os prejudicados reconhecem os gritos de ódio, os propósitos de vingança e o desespero espiritual que vai na alma daquele que foi a vítima de ontem. Poucos se dispõem a conquistar o coração daquele que o persegue, pois tentam ignorar suas culpas pregressas e fugir á responsabilidade cármica.
Até que os laços atados pelo ódio sejam desatados pelos sentimentos sublimes do amor e da ternura crística, o problema obsessivo continuará insolúvel, prolongando-se reciprocamente por outras existências futuras e na erraticidade do Espaço, sob a condenável perda de tempo, em que se retarda tanto a ventura espiritual do obsessor como a do obsidiado. É inútil afastar com violência os obsessores, caso suas vítimas ainda não passem de ímãs vivos, cuja vibração odiosa insiste em atrair os seus perseguidores.

"MEDIUNISMO"
RAMATÍS/HERCÍLIO MAES
EDITORA DO CONHECIMENTO.

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