PERGUNTA: - O médium pode ser considerado uma criatura anormal?
RAMATÍS: - Anormal não é propriamente o termo, mas trata-se de um indivíduo incomum.
É criatura inquieta, receptiva e algo aflita, que vive, por antecipação, certos acontecimentos.
Sua hipersensibilidade perispiritual atua com veemência na fisiologia do sistema nervoso e endocrínico.
Alguns são pacatos e sem qualquer característica excepcional, mas isso resulta de que a sua mediunidade é menos sensível no campo psíquico.
Estão neste caso os médiuns sonâmbulos ou de efeitos físicos, cuja mediunidade é de caráter fenomênico, só identificada durante o transe.
Geralmente, o médium também é um espírito em débito com o seu passado e a faculdade mediúnica ajuda-o a redimir-se o mais cedo possível, no serviço espiritual em favor do próximo.
A sua situação lembra as pessoas que, depois de arrependidas dos seus desbaratos, empreendem atividades benfeitoras, a fim de compensarem o seu passado turbulento. Então, além de suas obrigações cotidianas, sacrificam o seu repouso habitual e cooperam nas iniciativas filantrópicas, nos movimentos fraternos, atendendo a parentela pobre, aos amigos em dificuldades, aos presidiários e aos deserdados da sorte.
Sob tal disposição, fundam instituições socorristas, participam de agremiações educativas e auxiliam sociedades de proteção aos animais.
Mas é óbvio que, apesar dessas atividades filantrópicas, os médiuns não se livram dos imperativos biológicos do seu corpo físico.
Malgrado o seu esforço socorrista elogiável, e as atividades religiosas ou caritativas, também estão submetidos ao trabalho comum e sujeitos igualmente ao instinto animal e às tendências ancestrais da família terrena.
RAMATÍS - ELUCIDAÇÕES DO ALÉM
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