Sabedoria Ramatis

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terça-feira, 3 de abril de 2018

O MÉDIUM PODE SER CONSIDERADO UMA CRIATURA ANORMAL?


1  -  Allan  Kardec  já  tratou  o  assunto  deste  capítulo  com  bastante  clareza  e  sensatez  no capítulo  XVIII,  denominado  "Inconvenientes  e  Perigos  da  Mediunidade",  do  "Livro  dos  Médiuns", assim  como  Ramatís  também  ventilou  rápidos  apontamentos  na  sua  obra  "Mediunismo".  No entanto,  desejando  maiores  esclarecimentos  desse  assunto,  efetuamos  a  Ramatís  mais  estas perguntas,  seguindo  o  mesmo  roteiro  adotado  por  Allan  Kardec

PERGUNTA: - O médium pode  ser  considerado uma  criatura anormal? 

RAMATÍS:  -  Anormal  não  é  propriamente  o  termo,  mas  trata-se  de  um indivíduo  incomum.  É  criatura  inquieta,  receptiva  e  algo  aflita,  que  vive,  por  antecipação, certos   acontecimentos.   Sua   hipersensibilidade   perispiritual   atua   com   veemência   na fisiologia   do   sistema   nervoso   e   endocrínico.   Alguns   são   pacatos   e   sem   qualquer característica  excepcional,  mas  isso  resulta  de  que  a  sua  mediunidade  é  menos  sensível  no campo  psíquico.  Estão  neste  caso  os  médiuns  sonâmbulos  ou  de  efeitos  físicos,  cuja mediunidade  é  de  caráter  fenomênico,  só identificada  durante  o transe. 

PERGUNTA: - Por que nem todos  são  saudáveis,  apesar  de  cumprirem  seus deveres  mediúnicos? 

RAMATÍS:  -  Geralmente,  o  médium  também  é  um  espírito  em  débito  com  o seu  passado  e  a  faculdade  mediúnica  ajuda-o  a  redimir-se  o  mais  cedo  possível,  no  serviço espiritual   em  favor  do  próximo.  A  sua  situação  lembra  as  pessoas  que,  depois  de arrependidas   dos   seus   desbaratos,   empreendem   atividades   benfeitoras,   a   fim   de compensarem  o  seu  passado  turbulento.  Então,  além  de  suas  obrigações  cotidianas, sacrificam  o  seu  repouso  habitual  e  cooperam  nas  iniciativas  filantrópicas,  nos  movimentos fraternos,  atendendo  a  parentela  pobre,  aos  amigos  em  dificuldades,  aos  presidiários  e  aos deserdados  da  sorte.  Sob  tal  disposição,  fundam  instituições  socorristas,  participam  de agremiações  educativas  e  auxiliam  sociedades  de  proteção  aos  animais. Mas  é  óbvio  que,  apesar  dessas  atividades  filantrópicas,  os  médiuns  não  se  livram dos   imperativos   biológicos   do  seu  corpo  físico.  Malgrado  o  seu  esforço  socorrista elogiável,  e  as  atividades  religiosas  ou  caritativas,  também  estão  submetidos  ao  trabalho comum  e  sujeitos  igualmente  ao  instinto  animal  e  às  tendências  ancestrais  da  família terrena. 
A  sua  faculdade  mediúnica  não  é  privilégio,  nem  os  isenta  das  vicissitudes  e  das exigências   educativas  da  vida  humana.  Em  conseqüência,  a  saúde  ou  a  doença  não dependem  especificamente  do fato do homem  ser ou não ser médium. 
O  espírito  que  já  renasce  na  Terra  comprometido  com  o  serviço  mediúnico,  que  o ajudará  a  reduzir  o  fardo  cármico  do  seu  passado  delituoso,  deve  cumprir  o  programa  que ele  mesmo  aceitou  no  Espaço.  Deste  modo,  o  espírito  que  em  vida  anterior  zelou  pelo  seu corpo  físico  e  viveu  existência  sadia,  sem  vícios  de  paixões  deprimentes,  obviamente  há  merecer  na  vida  atual  um  organismo  sadio  e  de  boa  estirpe  biológica  hereditária,  que  lhe permita  gozar  boa  saúde.  Mas  aqueles  que,  no  passado,  esfrangalharam  o  seu  equipo  carnal e  o  massacraram  na  turbulência  viciosa,  gastando-o  na  consecução  dos  apetites  inferiores, esses  terão  um  corpo  físico cujas  funções  orgânicas  são precárias. O  médium,  portanto,  em  face  de  sua  sensibilidade  psíquica  enfrenta  uma  existência mais  gravosa  do  que  o  homem  comum,  cumprindo-lhe  cuidar  desde  a  alimentação,  assim como  sofre  mais  facilmente  os  efeitos  das  alterações  climáticas.  Além  de  sua  saúde  física ser  frágil,  ele  sofre  mais  intensamente  os  dissabores  e  as  preocupações  da  vida  humana, pois  o seu psiquismo  é  demasiadamente  excitável.

DO LIVRO:  "ELUCIDAÇÕES DO ALÉM"  RAMATIS/HERCÍLIO MAES  - EDITORA DO CONHECIMENTO. 
  

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