PERGUNTA: - Como se processa a "voz direta" nos trabalhos de fenômenos físicos?
RAMATÍS: Não ignorais que a mente funciona em planos cujas oscilações estão muito acima do campo vibratório comum da atmosfera física; a mente, pois, vibra no éter, enquanto a voz vibra no ar. Assim, quando os espíritos querem falar com os encarnados, eles necessitam de um elemento intermediário que tanto lhes baixe o tom vibratório da "voz etérica", como também a faça repercutir de modo audível no ambiente
do mundo material. Esse elemento medianeiro, que conheceis e que já foi explicado anteriormente, é o ectoplasma, substância fluídica de origem psíquica, exsudada pelos médiuns através dos centros de forças do seu perispírito, em conjugação com o sistema nervoso do corpo físico. Em conexão com as forças vitais dos assistentes, o ectoplasma transforma-se em ponto de apoio para a repercussão da voz dos espíritos ou demais fenômenos comprovados pelos sentidos físicos dos encarnados.
A "voz direta", em geral processa-se da seguinte forma: os espíritos agregam em torno dos órgãos vocais do seu perispírito o ectoplasma mediúnico e, por um vigoroso esforço de emissão mental, conseguem fazê-los vibrar para o mundo físico; noutro caso, os químicos desencarnados misturam substâncias específicas (do plano astral) à energia ectoplásmica obtida do médium e dos fluidos dos assistentes; depois, modelam a máscara anatômica artificial, mas possuindo boca, língua e garganta, que possibilitam a mesma função da voz dos encarnados. Então, os espíritos que desejam falar para o mundo material passam a exercitar-se com essa máscara; e o seu mais breve ou demorado êxito fica dependendo do treino e da habilidade com que a utilizam para vibrar e transmitirem suas palavras aos terrícolas. Pela presença do ectoplasma humano, que reduz bastante a frequência vibratória desse
apetrecho de fonação, o seu bom resultado entre os planos físico e etereoastral exige muito esforço dos desencarnados. Nem todos os espíritos submetem-se aos treinos exaustivos com a máscara ectoplásmica, alegando alguns que nem sempre são compensados pelos esforços heróicos que efetuam para conversar com os seus parentes e amigos encarnados.
Em alguns casos, o espírito comunicante pode utilizar-se diretamente da laringe do médium em transe, fazendo-a vibrar sob sua vontade e dando-lhe a entonação desejada, e
os sons articulados nas suas cordas vocais são ampliados pela trombeta ou megafone que flutua no ar, através de um tubo de substância astral ligado diretamente aos órgãos vocais do médium. Os espíritos operantes controlam o médium, condicionam-lhe a voz para a trombeta, ajustando-a no diapasão ou tom de voz que o comunicante possuía quando estava encarnado.
O som produzido pela laringe do médium e sob o controle do espírito comunicante não resulta de repercussão do ar sobre as suas cordas vocais. Essa operação é executada do "lado de cá" exclusivamente no éter, depois do que é ampliada pelo megafone e ouvida pelos encarnados. O fenômeno processa-se primeiramente na laringe etereoastral do perispírito do médium, repercutindo logo em seguida, no mundo físico, através do ectoplasma catalisado pelas ondas sonoras da palavra falada, da música ou do cântico dos presentes.
PERGUNTA: - De que forma os espíritos podem dar a entonação da voz que possuíam quando encarnados, uma vez que falam diretamente pela laringe do médium?
RAMATÍS: - Embora isso vos pareça impossível, eles fazem exatamente aquilo que os exímios ventríloquos logram realizar aí no mundo material, quando imitam a voz humana dos outros e até o canto das aves.
Quando há ensejo de bom ectoplasma, eles optam pela confecção da laringe ectoplásmica, da máscara etereoastral ou mesmo agem no interior dos megafones sem
luminosidade, passando a produzir as palavras em conexão com as ondas sonoras emitidas, tal como se operassem pela garganta do médium.
DO LIVRO: "ELUCIDAÇÕES DO ALÉM" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.
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