PERGUNTA: - Naturalmente, essas pessoas agravam os seus menores males porque pensam neles incessantemente e, então, dificultam a sua cura. Não é assim?
RAMATÍS: - "Namora a doença e te casarás com ela", diz certo provérbio do vosso mundo, aludindo a esses enfermos que fazem da doença e da morte a única preocupação da vida. Eles ignoram os postulados sadios do espiritualismo emancipado, que explicam a função purificadora da enfermidade e que o fatalismo da morte física é indispensável para desatar as algemas carnais do espírito. Muitos deles transformam-se em assíduos consultantes das sessões espíritas, à cata de pormenores minuciosos de "sua doença", pois consideram que é muito mais grave a sua dispepsia comum, do que a tuberculose da vizinha. Facilmente tornam-se adversários gratuitos do Espiritismo, quando os espíritos só se limitam a dar-lhes conselhos de ânimo espiritual, em vez de atendê-los com a prescrição de remédios miraculosos ou diagnósticos exatos de sua doença.
Certo é que, dia mais ou dia menos, algum espírito leviano ou médium anímico e imprudente acaba por fazer-lhes o diagnóstico certo ou errado, mas perturbador e trágico; o qual, então, se constitui na derradeira gota de água a entornar o copo de simples conjetura.