PERGUNTA: Reza a tradição bíblica que um anjo visitou Maria e anunciou-lhe
que ela casaria com um homem da linhagem de Davi; e conceberia um filho varão
destinado a salvar o mundo. Que dizeis sobre essa tradição religiosa?
RAMATíS: Maria contava 15 anos de idade quando seus pais, Joaquim e Ana,
faleceram, com alguns meses de diferença entre os óbitos. Foi então acolhida por
Sünão e Eleazar, parentes de seu pai, que a encaminharam para o grupo das
Virgens de Sião, no templo de Jerusalém. Ali permaneceu cerca de dois anos,
onde se dedicava a trabalhos tais como a confecção de túnicas de seda para as
moças, mantos para os sacerdotes, ornamentos, enxovais e pequenos tapetes de veludo
e de lã para as cerimônias religiosas. Além disso, tocava citara e cantava os
salmos de Davi, em coro
com as demais jovens.
Era uma jovem de raríssima beleza e avançada sensibilidade psíquica
na época. Espírito dócil, "todo ternura e benevolência, fortaleceu a sua
juventude no ambiente monástico do templo, sem rebeldia ou problemas emotivos,
no qual ainda mais aprimorou o seu alto dom mediúnico.” Desde menina tinha
visões espirituais, reconhecendo velhos parentes desencarnados e depois os seus
próprios pais, que lhe apareciam de modo surpreendente. Em sonhos eles
diziam-lhe que ela ainda seria rainha do mundo, como a mediadora consagrada
para um elevado anjo em missão junto aos homens.
Em sua consciência física, Maria desconhecia que também era entidade
de condição angélica; e quando identificava pela sua vidência, uma belíssima
criatura, ela supunha tratar-se do "anjo de guarda", porque ele se
assemelhava, fisionomicamente, às velhas holografias dos anjos da tradição hebraica.
Não conseguia explicar satisfatoriamente aos seus familiares e amigos os fenômenos
incomuns que se davam consigo, mas afirmava sempre que o seu anjo de guarda não
só a visitava em sonhos, mas também em estado de vigília, ministrando-lhe
conselhos e orientações para o futuro. Quando José, viúvo, embora mais velho e pai de cinco filhos, a pediu
para esposa, ela aceitou-o imediatamente, sem mesmo refletir, explicando que há
muito tempo o seu anjo tutelar lhe havia aconselhado tal esponsalício com um
homem bem mais idoso e viúvo. É óbvio que se tratava de visões reais, conforme
a fenomenologia espírita hoje as explica satisfatoriamente mediante as
faculdades mediúnicas (1).
Embora Maria ignorasse a que estranhos caminhos o destino a levaria,
as entidades que lhe assistiam aconselhavam-na a aceitar o viúvo José, como
esposo e companheiro, pois havia sido escolhido no Espaço para a elevada missão
de pai do Messias, na Terra. A tarefa desses espíritos não era isenta de
decepções e obstáculos, porquanto enfrentavam a mais acirrada e furiosa
investida das Sombras, na tentativa de impedir o advento de Jesus na face do
orbe terráqueo. José e Maria, além de suas próprias virtudes espirituais
defensivas, gozavam do prestígio e apoio de algumas falanges de menor graduação
espiritual, porém, vigorosas e decididas, que também se propuseram a cooperar
na proteção do Salvador dos homens! E então, saneavam as imediações de Belém,
desintegrando fluidos mórbidos e eliminando cargas magnéticas maléficas, a fim de proteger o nascimento de Jesus sob circunstâncias
satisfatórias.