Sabedoria Ramatis

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quarta-feira, 23 de maio de 2018

O MÉDIUM DE "MESA" E O DE "TERREIRO"



PERGUNTA: — Em face de vossas considerações no capítulo anterior, concluímos que o único desenvolvimento mediúnico sensato e aconselhado ainda é o que se processa no ambiente espírita da codificação de Allan Kardec; não é assim?

RAMATÍS: — Não vos apresseis em considerações extremistas, pois é bem fácil distinguir o médium de "mesa", que se desenvolve sob a égide da doutrina espírita, e o médium de "terreiro", que prefere o seu desenvolvimento pela técnica de Umbanda. No primeiro caso, trata-se de Espiritismo, e no segundo apenas de Mediunismo. Não nos cabe julgar esta ou aquela predileção mediúnica, nem temos o direito de carrear com exclusividade para a esfera espírita os acontecimentos e os fenômenos que ocorrem desde o início da humanidade, sob a égide da manifestação mediúnica.
O que mais importa na efetivação do serviço mediúnico, seja na seara espírita ou no ambiente umbandista, é saber se ele se efetua pelo amor ao Cristo e inspirado pelo seu divino Evangelho. Sob qualquer hipótese, sempre apreciamos mais o médium de terreiro que se integra completamente num trabalho guiado pelos preceitos evangélicos, do que o médium de "mesa" que se torna mercenário e corrompido.
Em ambos os casos, a distinção que nos parece mais plausível ainda é quanto à natureza interpretativa na manifestação mediúnica, pois, enquanto o médium de mesa se preocupa mais propriamente com a espécie de idéias dos seus comunicantes, num intercâmbio acentuadamente de ordem mental, o médium de terreiro cuida principalmente de reconhecer a identidade do espírito que o incorpora.
Na disciplina de Umbanda existem códigos, pontos cantados e riscados, cruzamentos de linhas e demanda de falanges que operam sob a base da magia prática, caracterizando cada grupo ou individualidade que dela participe. Assim, conforme sejam determinados pontos, sinais, toques ou códigos, o médium e os frequentadores de Umbanda deduzem das intenções, da capacidade ou da natureza e especialidade de serviço que podem ser tratados com os comunicantes.

domingo, 6 de maio de 2018

ORIXÁS - ASPECTOS DA DIVINDADE


PERGUNTA: - Quando e de que maneira os orixás  entram no contexto daumbanda? Eles são trabalhados e incorporados?

RAMATÍS:
- Os orixás são aspectos da Divindade, altas vibrações cósmicas que se  rebaixam até   vós, propiciando a manifestação da vida em todo o Universo. 
É preciso compreenderdes que existem vários planos vibratórios no Cosmo e que Deus, em Sua benevolência, manifesta-se por meio de vibrações próprias em cada dimensão. Essas vibrações energéticas não são o próprio Incriado, que permanece sem ser manifestado diretamente. 
Cada um dos orixás tem peculiaridades e correspondências próprias na Terra: cor, som, mineral, planeta regente, elemento, signo zodiacal, essências, ervas, entre outras afinidades astro magnéticas que fundamentam a magia da umbanda por linha vibratória.
Assim, a cada um dos orixás se afina uma plêiade de espíritos que atuam nas formas estruturais  que sustentam o movimento da umbanda no Espaço: pretos velhos, caboclos e crianças,todos plasmando um triângulo fluídico magnético do plano espiritual superior que "flutua" sobre o Brasil, para cujo centro se direcionam as vibrações do Cristo Cósmico e todas as formas e raças espirituais que se enfeixam na umbanda para fazer a caridade.
Na umbanda, os orixás não incorporam. Afirmamos que isso é impossível, pois não é danatureza universal quaisquer manifestações personificadas dos orixás. 
O que verificais e alguns terreiros sérios de cultos de nação e que mantêm as tradições africanistas antigas, claramente não evidenciando a prática umbandista, são, em sua maioria, manifestações do inconsciente, dearquétipos padronizados, que no transe ritualístico exteriorizam uma personagem simbolizando essas altas energias cósmicas, ditas orixás, "concretizando", para o entendimento humano, por meio de expressões coreográficas, algo que vos é abstrato. Também se manifestam espíritos ancestrais afins com a família-de-santo da Terra, e que na espiritualidade preservam seus hábitos religiosos, como se estivessem nos antigos clãs tribais no interior da velha África.
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