Sabedoria Ramatis

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sábado, 16 de dezembro de 2017

O PODER DA PALAVRA - PRAGAS E MALDIÇÕES




PERGUNTA: - Há fundamento de que as pragas e maldições também, causam desgraças?

RAMATÍS: - O homem é um espírito ou núcleo espiritual, que centraliza em si todos os tipos de forças imanentes aos diversos planos de vida. O corpo físico é a vestimenta transitória de menos importância no conjunto do homem, pois a energia que ali se condensa na forma de matéria, força, incessantemente, a fuga e libertação para retomar ao seu plano original. Essa energia, aprisionada em todas as formas do mundo, produz na sua exsudação permanente as diversas auras, que se compõem das radiações dos objetos e seres. É a polarização resultante do impulso centrífugo da energia condensada, tentando readquirir a sua vivência normal ou estado de absoluta liberdade.
Quando o espírito pensa, ele agita todos os campos de forças que baixaram vibratoriamente até atingirem o seu perispírito e o corpo físico; assim projeta em todas as direções energias benfeitoras ou malévolas, criadoras ou destrutivas, segundo a natureza dos seus pensamentos e sentimentos. A palavra, portanto, é a manifestação sonora, para o mundo exterior, do sentimento ou pensamento gerado no plano oculto do ser. Deste modo, além dela constituir força duradoura, ainda incorpora no seu trajeto as demais energias benéficas ou maléficas que, no seu curso, ativa e desperta nas criaturas interessadas no mesmo assunto. Aliás, é tão sutil e influente a palavra, que certas pessoas, devido a um sentido oculto, chegam a pressentir quando alguém fala mal delas, e as deixa alertas contra algum perigo iminente.
Ademais, as palavras ainda conduzem algo do cunho particular ou psicológico da característica individual do seu autor, quando são forjadas por sentimentos censuráveis contra outrem.


PERGUNTA: - Então há fundamento na praga ou maldição, que é um acontecimento oposto à bênção, e até algo frequente entre as criaturas mais primitivas?

RAMATÍS: - Há pouco explicamos que a criatura, quando abençoa, expressa-se num gesto sereno, simpático, agradável e cativante, como reflexo exterior do sentimento magnânimo que lhe vai na alma! Mas tudo se modifica quando ela maldiz, porque então mobiliza energias inferiores e agressivas, que revelam o seu estado espiritual de ira, turbulência e desatino espiritual, numa aparência repulsiva e atrabiliária.
O praguejadorcrispa as mãos e os olhos fuzilam despedindo faíscas de ódio; dilatam-se as narinas sob o arfar violento do amor-próprio ferido, ou entorce-se o canto dos lábios sobre os dentes cerrados! A fisionomia fica congesta e retesada, delineando o "facies" animal na sua fúria destruidora. Sem dúvida, há pessoas que também maldizem ou rogam pragas tão
despercebidamente, como a usina elétrica projeta a sua força mortífera e silenciosa através dos diversos transformadores que a conduzem até o objetivo final. Mas a carga pensada e concentrada sob uma vontade diabólica e fria, assim como o veneno, disfarça-se e mata no copo de água cristalina, é o feitiço silencioso e de força penetrante como a rosca sem fim! Consoante as leis de afinidade energética, esse feitiço mental e verbal, além do seu impulso original, alimenta-se, dia a dia, sob o pensamento perverso da pessoa extremamente vingativa. No entanto, a praga ou a maldição proferida abertamente pela pessoa temperamental e sem controle emotivo, é impulso mais inofensivo do que a carga enfeitiçante e destruidora, que se forja lenta e calculadamente no quimismo do laboratório consciente mental. E o povo então considera inofensiva a praga que sai da "boca pra fora", mas arrepia-se quando ela parte do coração!


PERGUNTA: - Como se explica isso?

RAMATÍS: - Há pragas e maldições que são frutos de uma construção mental demorada, cozidas a "fogo lento" e avivadas, dia a dia, sob a nutrição odiosa de um amor-próprio orgulhoso e vingativo. Elas se alimentam no calculismo mental frio e criminoso de destruir o adversário. "A vingança é a delícia dos deuses", disse certo imbecil na Terra, provavelmente acometido de alguma crise mórbida, que o fez ignorar o sofrimento atroz espiritual e próprio dos vingativos, depois de sua morte física!
Aliás, não, é preciso ser um mago para concentrar a desgraça na palavra que maldiz o próximo; basta ser um homem perverso! Mas, enquanto as pragas forjadas da "boca pra fora" são instintivas, como as avezitas que tombam desamparadas dos ninhos ao iniciar o seu vôo indeciso, a maldição consciente é força tão diabólica, que arrasa a vítima indefesa e massacra o seu próprio autor imprudente!


PERGUNTA: - Há fundamento de que a praga de mãe é irreparável?

RAMATÍS: - A força destruidora da praga ou maldição depende fundamentalmente do grau de sua veemência odiosa e do vínculo fluídico que exista entre a pessoa que amaldiçoa e a que é amaldiçoada. Obviamente, entre mãe e filho existe o mais profundo vínculo psicofísico, pois a mãe gera-lhe o corpo carnal no ventre durante os nove meses tradicionais, e ainda sofre todos os impactos da natureza espiritual boa ou má do descendente, pela fluência ou troca de fluidos mentais e emotivos entre ambos, durante alguns anos e acima dos laços comuns consanguíneos.
Ademais, segundo a Lei do Carma, os pais e filhos tanto podem ser inseparáveis amigos como os piores inimigos enlaçados pelo pretérito. No primeiro caso, eles estarão unidos pelo amor, e, no segundo, imantados pelo ódio!
Há filhos cuja conduta mercenária e exploração dos pais, leva-os a cometimentos tão censuráveis, que as pragas maternas encontram um terreno fértil para medrar sem qualquer apelação. As mães não costumam maldizer os filhos amorosos, bons' e laboriosos e os lembram em suas preces e rogativas a Deus. E aquelas que, por qualquer contrariedade filial, rogam pragas num desabafo ou desespero sobre os filhos gerados para a sua própria redenção espiritual pregressa, são como as crianças imprudentes, que lançam a esmo o brinquedo chamado bumerangue, e depois são atingidas no retorno, com redobrada violência.
Alhures já comentamos que a ira, a cólera, o despotismo e o ódio produzem fluidos tão tóxicos na vestimenta espiritual do homem, que ao verterem para o "mata-borrão" vivo do corpo físico produzem moléstias incuráveis e as aflições mais indesejáveis. As explosões mentais ou verbais contra o próximo, convertendo-se na carga tóxica gerada pela mente sob o combustível do ódio, raiva ou vingança, após atingir o objetivo colimado, encorpam-se com os fluidos mórbidos da vítima e retomam centuplicadas em sua natureza agressiva contra o próprio autor!
A maldição de mãe é a mais funesta de todas as maldições, porque além de produzir o fluido virulento, próprio da criatura encolerizada, age com extrema rapidez através dos laços íntimos forjados na própria gestação materna. Os fluidos destrutivos, mobilizados pela praga de mãe, causam inevitável desgraça porque ferem o próprio vaso carnal a que ela deu vida.


DO LIVRO: "MAGIA DE REDENÇÃO" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.

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