Sabedoria Ramatis

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sábado, 9 de setembro de 2017

OS RECURSOS ADOTADOS PELO ALTO PARA INSPIRAR JESUS NA TERRA.


PERGUNTA: — Quais foram os recursos que o Alto adotou para inspirar e fortalecer Jesus na exposição de sua mensagem messiânica de Amor e Redenção entre os homens?

RAMATÍS: —
O Alto não alimentava qualquer dúvida quanto ao heroísmo e à integridade moral de Jesus no desempenho de sua missão sacrificial na Terra. No entanto, como se tratava de um espírito angélico, sem qualquer culpa cármica, era justo que recebesse todos os estímulos e sugestões adequados para o melhor desempenho na exposição dos motivos em torno do "Reino de Deus". Era um mensageiro voluntário, que descia à Terra para convidar os homens a participar definitivamente de um mundo de paz e de harmonia, onde todos seriam limpos de suas mazelas e libertos de seus pecados! Deste modo, Jesus teria de movimentar na face do orbe terreno as mais belas imagens e ideias fascinantes, no sentido de atrair e comover os seus ouvintes para se interessarem pelo amorável "Reino de Deus"!
Apesar de sua natureza angélica e do seu otimismo espiritual, Jesus também sofria os efeitos depressivos próprios das regiões tristes e hostis do mundo físico. Malgrado se diga que o ambiente não influi nem modifica o conteúdo espiritual do ser, a emotividade e a disposição mental das almas encarnadas dependem consideravelmente das condições e das circunstâncias do meio onde elas passam a viver. 
O Espírito angélico, depois de encarnado na Terra, fica limitado em sua natural expansividade e no júbilo espiritual, que são próprios do mundo edênico que lhe é peculiar. Em consequência, Jesus também necessitava de estímulos afins à sua missão
e de motivos do próprio mundo onde se manifestava, a fim de delinear com mais vitalidade espiritual os contornos do mundo venturoso que prometia a todos os seus ouvintes. A narrativa bela e atraente de suas parábolas carecia dos recursos estéticos do próprio mundo onde ele vivia, pois seriam motivo de atração, estímulo, fé e confiança para os seus ouvintes.
Não se pode desejar o êxtase do santo, nem exigir do poeta a composição de sublime poema, se os colocamos no ambiente repulsivo de um matadouro. Se o meio influi na educação do homem, é óbvio que também influi no seu estado de espírito e nas suas emoções. As músicas pesarosas são obras de compositores nascidos e vividos em países melancólicos, de atmosfera triste, úmida e nevoenta, que enregela a alma e a algema aos motivos pessimistas. No entanto, a música alegre,buliçosa e contagiante, é originária dos países tropicais, onde as criaturas se fartam de luz, sol, ar e cores festivas!
Eis por que os Mentores do Planeta Terra também resolveram situar o Mestre Jesus num cenário poético, ameno e convidativo, farto de luz, poesia e cores, para servir-lhe de sugestão encantadora à sua alma e associar-lhe as lembranças semelhantes dos planos de beleza e encanto do verdadeiro "Reino de Deus" que lhe cumpria pregar aos homens!

PERGUNTA: — Podereis explicar-nos o caso dessa influência poética do cenário terreno sobre Jesus, e que deveria ajudá-lo à associação de ideias otimistas em favor das pregações do "Reino de Deus" ?

RAMATÍS: — Em face dessa necessidade estética e emotiva, os Mestres Siderais planejaram a encarnação de Jesus na Judéia, cuja nação, naquela época, possuía a matéria-prima humana mais adequada para efetivar o esquema sacrificial que lhe fora traçado desde o berço até a cruz.
Entre as regiões mais belas da Judéia, a Galiléia oferecia o cenário prenhe de cores, de luz e poesia mais indicado para ser a moldura ideal ao quadro messiânico da vida de Jesus. Ainda, na própria Galiléia de então, destacava-se a cidade de Nazaré, delicada jóia engastada no cimo dos montes entre luzes e matizes fascinantes de suas alvoradas e poentes verdadeiramente celestiais! As suas planícies semelhantes a tapetes de um verde veludoso; partiam dos sopés das montanhas e se derramavam docemente nas margens prateadas do Jordão e dos lagos tranquilos. A sua natureza poética e encantadora servia como incessante estímulo de beleza, inspiração e otimismo para o Mestre Jesus delinear suas pré-dicas e esboçar os quadros maravilhosos de evocação dos mundos paradisíacos.
Eis por que o Mestre Amado tinha verdadeira adoração por Nazaré e seu coração pulsava de júbilo quando, ao retornar de suas peregrinações, ele a descortinava semelhante a uma pomba de suave brancura, pousada num delicioso ramo de verdura cercado de flores! Havia o fascínio dos lagos, em cujo dorso ondulado pelo vento balsâmico descido das colinas, formavam-se rendilhados de espumas branquíssimas desusando sobre a água de um esmeralda translúcido.
Os trigais, as margaridas que atapetavam o Jordão, os narcisos dispersos pelos campos os punhados de papoulas como um fogo vivo, curvavam-se quando a brisa cariciosa os agitava docemente. O perfume balsâmico de toda a vegetação flutuava no ar; ele vinha nas pétalas das flores, nos confetes vives desfolhados dos pessegueiros, das macieiras, e das ameixeiras floridas, que balouçavam suavemente. Ou então evolava-se dos bosques isolados nos vales,
carregados do odor agreste e penetrante das parasitas e das frutas silvestres. À noite, a
superfície dos lagos tranquilos refletia o manto veludoso e azul-marinho da abóbada celeste pontilhada de estrelas luzindo como lantejoulas vivas!
Então, Jesus entre cerrava os olhos sob a inspiração da paisagem deslumbrante e poética da Galileia. Projetava esse quadro encantador dá Natureza na sua mente angélica, de imaginação poderosa, Assim, o seu espírito conseguia evocar alguns matizes do seu mundo celestial mediante as imagens sublimes de Nazaré, as quais eram-lhe uma suave compensação no mundo terráqueo.
As montanhas da Galileia recortadas nos horizontes resplandecentes; a policromia mágica das cores vivas do pôr do sol, esgarçadas nas fímbrias das nuvens; os trinados eufóricos das aves canoras e o balido das ovelhas nas encostas das campinas, conjugado aos cantares bucólicos de seus pastores, tudo nesse conjunto paradisíaco constituía uma espécie de sinfonia cósmica flutuando, vibrando no ar como um cântico de reverência ou gratidão sonorizada dirigida ao Criador de todas as maravilhas da Natureza!
A tranqüilidade da cidade de Nazaré, formando um anfiteatro natural na encosta dos morros; as suas rochas estreitas de lajes e pedras lascadas, sem a tortura dos veículos modernos; as casas simples e humildes, brancas como as toalhas alvejadas a anil, embora sem os rendilhados da arte helênica e sem a suntuosidade das edificações romanas, eram simpáticas, hospedeiras e graciosas; exalavam um ar amigo no seio dos jardins floridos e eram suave calmante para a visão fatigada. Jamais Jesus quis trocar o casario simples e acolhedor de Nazaré pela ruidosa metrópole de Jerusalém, onde os nervos se esfrangalhavam sob a ofensiva de gritos, brados, rixas, ameaças e pregões de todos os tipos e raças. Nas suas ruas, praças e terrenos baldios, aglomeravam-se as multidões inquietas e turbulentas, exigindo, a todo momento, a intervenção das patrulhas romanas ou a dos esbirros do Sinédrio. Quando o Mestre Jesus esteve em Jerusalém, aos vinte e três anos de.idade, após a morte de José, ele buscou empregar-se nas carpintarias da cidade, a fim de cooperar junto à família. Mas, ao retornar à Galileia, isso foi-lhe um refrigério balsâmico para os nervos e para a alma fatigada do bulício rixento das cidades populosas.

LIVRO: "O SUBLIME PEREGRINO" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.

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