Sabedoria Ramatis

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segunda-feira, 3 de julho de 2017

ESCLARECIMENTOS DE RAMATÍS SOBRE O ABORTO



PERGUNTA: Qual é a vossa opinião sobre alguns países de bom nível social e cultural que já legalizaram o aborto?

RAMATIS:
Primeiro, nível social humano nada tem com a evolução espiritual e, nem cultura é sabedoria. Esses países, forçados pela explosão demográfica, não encontraram outra solução, pois, com a escolaridade de sua população agravada por conceitos religiosos errôneos, ou pelo ateísmo filosófico, ora não conseguem usar com eficiência os métodos anticoncepcionais, ora os tabus da crença, ora os dogmas materialistas da descrença, obrigaram os legisladores a incluírem, nas regras de controle da natalidade, o aborto. Resolveram os problemas imediatos do país, porém, não solucionaram o espiritual.
Queremos salientar serem os métodos anticoncepcionais um recurso mais aceitável diante da espiritualidade, porque são uma consequência do livre-arbítrio do indivíduo e é um direito usá-lo; entretanto, irão, num futuro próximo ou remoto, afetar-lhe as reencarnações educativas, enquanto o aborto é contrário ao "não matarás".
Diríamos serem essas medidas governamentais fatores atenuantes, num julgamento. Representam. a liberdade pessoal das almas exercerem na Terra a experiência libertadora de se autogovernarem. A Grande Lei tudo aproveita em benefício da evolução em todos os campos do Universo. Salientamos estarmos no fim de um ciclo evolutivo, onde cada um poderá sublimar ou expandir seus defeitos de antanho; e, como sublimar é muito difícil, estamos assistindo a uma liberação desenfreada dos instintos mais primitivos. Cabe-nos cuidar e vigiar para que não cheguemos a legalizar as drogas, a eutanásia, a feitiçaria, o estupro, o estelionato, o suicídio, a corrupção...

PERGUNTA: — Sabemos haver um crescimento na prática do aborto, sem qualquer medida eficiente e exeqüível para evitá-lo; não seria melhor que isso acontecesse sob o amparo das leis, não o considerando como crime? O reconhecimento oficial do aborto ajudaria a grávida a buscar os recursos científicos e salutares na própria medicina, recebendo a assistência do médico competente, em vez de se submeter às intervenções perigosas de mãos inexperientes e inescrupulosas, das fazedoras de anjos", pondo em risco a vida de suas clientes ingênuas.


RAMATIS:
  Indubitavelmente, sob os aspectos acima descritos, é melhor a mulher
procurar o médico ou a instituição competente para abortar, e não submeter-se, perigosamente, à intervenção precária e empírica das "fazedoras de anjos"; nesse caso, as gestantes arriscam-se a lesões que
podem levar à esterilidade, a doenças da genitália ou, mesmo, à morte. No entanto, malgrado se satisfaçam as necessidades imediatas do mundo físico, quanto à proteção da mulher na insensatez do aborto, e sob a legalização oficial de "não-crime", diante da Lei Espiritual é delito matar um ser em formação, o que, ao mesmo tempo, impede a concretização de um plano de aprendizado, cujo objetivo é o bem da alma em encarnação. Embora a legalização do aborto para evitar- se os efeitos danosos produzidos pelas intervenções malfeitas e imprudentes, jamais, poderemos endossar, espiritualmente, qualquer propósito para encorajar a mulher a uma situação delituosa, e agravar a própria situação em futuras encarnações. A mulher que aborta propositadamente, livrando-se do filho intruso, sem ser por decisão médica de proteção à sua vida, há de ser candidata, na próxima encarnação, à esterilidade, ao aborto incontrolável, à enfermidade genital insolúvel, ao estupro, à condição irreversível de mãe solteira e, mesmo, à prostituição. Sem dúvida, tanto há de gozar das condições atenuantes para diminuir sua culpa, como há de sofrer os agravantes criminais da vaidade, do orgulho, ou do egoísmo.
PERGUNTA:  Qual seria a falta mais grave do ser humano: servir-se do recurso anticoncepcional ou praticar o aborto, afim de limitar a sua prole?

RAMATÍS:  Sem dúvida, enquanto a limitação de filhos, através de recursos anticoncepcionais, é tão-somente uma "fuga" da procriação e, mais propriamente, o prazer sem riscos, o aborto é um "homicídio", porque impede uma alma de renascer na matéria e cumprir um plano benfeitor elaborado no Espaço. Antes da gestação física, os mentores dos departamentos reencarnatórios do mundo espiritual escolhem, assinalam o candidato mais próprio para o evento de uma nova materialização carnal.
Dali por diante, providenciam todos os cuidados para o êxito do futuro renascimento, embora essa louvável eventualidade de benefício para uma alma aflita não signifique uma gota de transformação no oceano das necessidades espirituais. 
Desde o momento inicial da gravidez até surgir à luz do mundo material, o espírito encamante deve submeter-se aos preceitos criativos e ao amparo da Lei da Vida, processo que se sucede sob a vigilância dos
técnicos e responsáveis espirituais por sua nova existência. Quanto à configuração física do encarnado, parte fica a cargo dos ascendentes biológicos, manifestos através dos genes selecionados pelos responsáveis pela constituição física, enquanto outra parte resulta da influência do próprio perispírito. Sob a complexa ação dos estímulos cromossômicos e da matriz espiritual, tanto pode nascer uma criança perfeita, quanto um
deficiente ou retardado mental, dependendo da necessidade "cármica" de retificação do conjunto familiar.
Logo, o aborto• inesperado é uma violência ao processo gestativo "psicofísico", já em andamento, lembrando a tempestade arrasando tudo, deixando atrás dela ruínas. Em conseqüência, cabe ao responsável abortador a obrigação de compensar e indenizar, o mais breve possível, todo o prejuízo por ele causado em sua insânia espiritual.

PERGUNTA:  Que acontece ao espírito encarnado, quando, por força do aborto delituoso, é expulso violentamente do útero materno?

RAMATÍS: 
São indescritíveis a revolta, a tristeza, a apatia, ou as reações violentas de ódio e vingança, pelo malogro da medida benfeitora e da esperança de reabilitação. Subitamente, desmoronam seus sonhos e ilusões, além dos sofrimentos físicos, e sem qualquer perspectiva de alívio. Aliás, sob a implacabilidade da Lei do Carma, o espírito indicado para renascer na matéria, e passível de sofrer a violência do aborto por parte da mãe, é também uma entidade primária, de sentimentos inferiores e paixões incontroláveis, afinando-se fortemente ao tipo da mãe irresponsável que, depois, o repele.
Mais uma vez, prevalece o conceito tradicional do "semelhante atrai o semelhante", pois, se Jesus se decidiu pelo ventre materno de Maria, entidade espiritualizada e sem a mais fugaz intenção de abortar, a alma de Agripina, facciosa, lúbrica, cruel e leviana, foi o veículo que atraiu para a vida física um espírito de qualidades semelhantes a Nero, cumprindo-se a lei de eletividade espiritual entre ambos.

PERGUNTA:  Mas, no caso de Agripina praticar o aborto e impedir o nascimento de Nero, disso não resultariam benefícios para o mundo e, talvez, muitos cristãos deixariam de ser sacrificados, por não existir tal criatura perversa, debochada e ignorante espiritualmente?

RAMATÍS:  Considerando-se que a personalidade de Nero, com suas mazelas e
crueldades, seja resultado de um tipo de graduação espiritual, é evidente que a Terra ainda ficaria com alguns milhares de "neros", dispersos por todas as latitudes geográficas, e capazes de substituí-lo nas mesmas infâmias, atrocidades e vilanias. Pouco importa que se chamem Nero, Torquemada, Átila, Cômodo, Caifaz, Calígula, Caracalla, Tamerlão, Hitler, Himmler ou Heliogábalo. Mil abortos por dia, praticados pelas imprudentes Agripinas, não eliminariam da Terra a fauna dos "neros" existentes sob várias personagens, cujo ambiente não lhes permite a manifestação, e permanecem ignorados no seio das multidões. Quantas vezes, após a morte de odioso personagem guindado ao poder governamental, com o qual praticou perversidades, vinganças e pilhagens, quando é eliminado, o seu substituto revela-se portador de pior caráter e capaz de cometer maior soma de corrupções e atrocidades?
No entanto, se pouco benefício representaria para a humanidade terrena a eliminação pelo
aborto de alguns "neros" em potencial, bastaria, apenas, a infeliz decisão de Maria, repelindo do seu ventre o sublime espírito de Jesus, para que as sombras da animalidade permanecessem por mais alguns séculos, ou milênios, retardando a ascese espiritual do homem.

PERGUNTA: — Quais são as conseqüências espirituais a que fica exposta a mãe praticante de aborto, com relação ao espírito de que frustra a encarnação, por odiá-lo como inimigo pregresso?

RAMATÍS:
— Em vez de a mulher proteger-se do assédio e da perseguição do espírito inimigo, que tenta o renascimento através do seu ventre, o qual além de segregado na prisão carnal do próprio corpo, também receberia amor e carinho num reajuste de erros, pratica o aborto e comete a imprudência de devolvê-lo novamente para o mundo espiritual, onde ele passa a agir em profunda revolta e com projetos de vingança. Comumente, é a fera humana enraivecida e capaz de vender a alma ao Diabo, a fim de exercer a sua desforra contra a criatura que lhe negou o acesso à vida redentora.
Aliás, relembramos existir um vínculo cármico repulsivo e agressivo entre a mãe e o espírito
reencarnante, sendo o segundo a vítima inconformada e disposta a quaisquer vinditas, transformando-se no algoz atento para revidar a agressão. Assim, trata-se de uma gestação compulsória e retificadora, cuja não-realização por um dos parceiros resulta numa eclosão de ódios e perseguições que ultrapassam as raias da lenda de Satanás.
Realmente, são indescritíveis a fúria e o desespero do espírito, quando desperta de sua condição de "feto" perispiritual, depois de haver sido submetido à redução compatível para se aninhar no ventre materno. Ao sentir-se devolvido ao estado anterior, a alma revive, incessantemente, sob a forma de delírios, os remorsos angustiantes do passado, na sua memória perispiritual. Jamais, a pena humana poderia descrever tais cenas. Toda a sua carga psíquica emotiva represada explode com a terrível comprovação de ter sido expulso do organismo carnal materno, pelo qual deveria manifestar-se no mundo físico, a fim de redimir-se do pretérito de culpas. Então, a sua fúria estoura, fragorosamente, sobre a mãe irresponsável que lhe negou o abrigo materno, a qual só não é fulminada, porque a bondade e a compreensão das almas superiores não deixam ninguém sem proteção.

DO LIVRO: "SOB A LUZ DO ESPIRITISMO" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.

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