Sabedoria Ramatis

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Elucidações de Ramatís sobre a magia africana.

PERGUNTA: Mas os umbandistas veteranos afirmam que praticam a magia africana iniciática, enquanto os neófitos é que enfraquecem tal processo pela confusão da mistura provocada pelos elementos de outras raças.

RAMATÍS: Exceto alguns raros entendidos no assunto, grande parte dos umbandistas ainda pratica um amálgama da magia africana, ameríndia, católica, impregnadas por cerimônias e "mantrans" do ocultismo oriental, constituindo um sincretismo religioso bem intencionado, mas impuro em sua expressão mágica.  Pouco a pouco e sob a direção de estudiosos do assunto, a Umbanda identificará a magia castiça e coerente decalcada nos costumes e temperamentos do povo brasileiro, cujos trabalhos produzirão excelentes efeitos benfeitores no campo da cura na fenomenologia mediúnica. 
            Conforme dissemos, há grande diferença no rito mágico do povo nagô, banto, de Bengala, Cambinda e Angola, embora todos sejam africanos. Os sacerdotes negros de cada um desses povos praticam a magia conforme o temperamento, clima e os costumes locais. A mistura, nestes casos, enfraquece o ritmo da catalisação magnética ou fluídica das emanações de certa natureza e debilita o "clímax" da magia! Ademais, no Brasil, a Umbanda ainda é doutrina manejada por muitas criaturas incipientes, que após alguns breves contatos nos terreiros, logo se arvoram em "chefes" ou entendidos, pontificando à guisa de veteranos experimentados e mobilizando as mais exóticas e burlescas expressões à conta de processo sadio de magia. Estabelece-se verdadeira confusão de símbolos estranhos ou ridículos simulando "pontos riscados", que além de não vibrarem na cortina do astral invisível por falta de éter-físico suficiente, não condizem com a natureza das falanges convocadas, nem identificam o tipo de trabalho mediúnico tradicional da Umbanda. Certas vezes, médiuns e chefes incipientes de terreiros, convocam a Linha de Ogum para um trabalho de Justiça ou de Yemanjá para uma descarga fluídica no astral do mar, e riscam pontos de tal infantilidade, que ali se misturam símbolos, emblemas e exotismos incompreensíveis, além de fragmentos de convenções e chamadas de outras falanges como Xangô, Oxossi ou até Omulú, que nada tem a ver com os casos em foco. Há terreiros atulhados de tanta quinquilharia que mais parecem um bazar de sírio! Há trabalhos exaustivos onde se convocam centenas de espíritos para resolver um caso individual, de somenos importância, que nos fazem lembrar criaturas usando "pé-de-cabra" para abrir caixas de fósforos!
        A maioria desses improvisados magos de última hora, acredita que é bastante traçar algumas flechas entrecruzadas com estrelas de cinco pontas ou signos de Salomão, ou desenhar o Sol e a Lua entrelaçados de espirais e triângulos, para surtir um efeito impressivo nas falanges à distância e desencadear o ritmo de magia adequado. O rito mágico, que se entende o aproveitamento científico das forças ocultas da Natureza para fins de operações no mundo material, além do perfeito conhecimento do seu autor, exige, também, vontade poderosa e perseverança incomum!
           Assim é a Magia: quando subordinada ao tema folclórico, costumes e conhecimentos do mesmo povo ou raça, dinamiza as energias da natureza e catalisa o magnetismo do mundo astral num processo coerente e útil.
     Mas não passa de inofensivo passatempo, ou prática supersticiosa, quando entremeada de símbolos, objetos, ervas, minerais eu elementos pertencentes a outra raça ou povo onde ela se forjou, como um processo catalisador das forças magnéticas da Natureza. Como conciliar num mesmo processo harmônico de magia o mentalismo indomável do sacerdócio hindu, o magnetismo poderoso dos templos egípcios, a projeção etéreo-física dos velhos magos da Caldéia, a mobilização de energias selváticas no "astral inferior" dos negros africanos, o domínio do fogo dos peles-vermelhas, o poderio e o curandeirismo dos pajés brasileiros sobre os elementos da Natureza? Sem dúvida, essa mistura divergente enfraquece o ritmo ascendente e a dinâmica da magia, pois a qualidade é prejudicada pela quantidade heterogênea.

Do livro: "A MISSÃO DO ESPIRITISMO" - capítulo sobre a UMBANDA - páginas 179 a 181 da 7º Edição pela Ed. do Conhecimento.

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