Sabedoria Ramatis

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domingo, 15 de dezembro de 2013

A sugestão e a imaginação nas comunicações mediúnicas – 4ª Parte






PERGUNTA: E quais os livros que esses médiuns incipientes deveriam compulsar para dominarem a interferência anímica e progredirem no trato das relações com o Além?

RAMATIS: Não preconizamos que seja necessário ao médium iletrado ou muito anímico tomar-se um gênio ou irrepreensível autodidata, para só então corresponder aos objetivos e à responsabilidade de sua tarefa mediúnica. Mas a verdade inconteste é que boa porcentagem dos médiuns é Mediunismo displicente e cristaliza-se durante vários anos hipnotizada à ala própria ignorância, enquanto confunde os seus conceitos vulgares com os elevados e inteligentes postulados de salvação do próximo. O médium sinceramente devotado à causa espírita procura elevar o seu nível intelectual pelo estudo das obras da doutrina, mas também ausculta-se continuamente para identificar na própria alma as paixões e trivialidades que lhe emolduram prejudicialmente as comunicações mediúnicas. Só depois de conhecer-se a si mesmo é que ele está em condições de corrigir o próximo.
Certos médiuns justificam a sua alergia à leitura alegando a impossibilidade de aquisição de livros de esclarecimento científico ou filosófico, porque são excessivamente pobres e trabalham exaustivamente para o sustento da família. Acontece, porém, que eles devoram o conteúdo de milhares de revistas improdutivas, folhetins aventurescos, contos policiais ou jornais de esporte. As horas que lhes sobejam nos dias de descanso ou férias eles gastam colados aos rádios ouvindo novelas xaroposas e sentimentalistas, por vezes inconvenientes. Os médiuns masculinos perdem longas horas no cafezinho da esquina, alimentando a palestra inútil; os médiuns femininos consomem longo tempo em demorados "tête-à-tête" com a vizinha mais próxima, no comentário das histórias dramáticas das vizinhas mais distantes.

Como não há regra sem exceção, alguns médiuns, se bem que iletrados e ignorantes dos recursos de sua própria mente, alcançam admiráveis resultados no seu intercâmbio medianímico com o Além. Alguns deles são bastante sensatos e servem satisfatoriamente aos desencarnados, pois elevam o nível mental dos companheiros pelas transmissões de excelentes roteiros espirituais. Mas o fenômeno explica-se com facilidade, porque nesse caso trata-se de espíritos experimentados e donos de elevado conhecimento filosófico e salutar entendimento psicológico, o que lhes permite transmitir o pensamento dos desencarnados em nível de compreensão superior. Embora sejam anímicos, são tão utilíssimos para os frequentadores neófitos como se realmente comunicassem espíritos desencarnados, pois sua memória pregressa é rica de conhecimentos espirituais e aviva-se sob o clima espírita. Mas ainda são poucos os médiuns intuitivos que podem distinguir onde termina a fronteira do seu subconsciente e principia a área da fenomenologia mediúnica.
Os médiuns, que são criaturas imperfeitas, por vezes caem em contradições flagrantes e desmoralizam o conceito público da mediunidade, principalmente quando copiam, no ambiente espírita, algo das competições do mundo profano. Alguns precipitam-se em dar o furo mediúnico, como acontece na competição jornalística, mas o fazem de modo imprudente, como no caso que citastes em vossa primeira pergunta de hoje. Inconscientemente eles carreiam os apodos e as críticas contra a codificação de Allan Kardec, o qual, com muito bom senso, advertiu "que seria melhor rejeitar 99 verdades a aceitar uma só mentira na doutrina espírita".
Através dos recursos do hipnotismo, pode-se implantar uma ideia fixa ou uma ordem incondicional no "sujet" hipnotizado, à qual ele obedece depois de acordado, tal como lhe tenha sido ordenado. Este fato é muito conhecido entre os hipnotizadores pelo "signo sinal". Do mesmo modo, os que são médiuns, mas facilmente sugestionáveis, também se transformam no "sujet" capaz de viver no transe mediúnico todas as idéias e fantasias que o tenham impressionado fortemente no estado de vigília. Na verdade, eles também são comandados por um "signo sinal" que lhes é imposto pelo próprio subconsciente.

DO LIVRO: “MEDIUNISMO” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.

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