Sabedoria Ramatis

Sabedoria Ramatis

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A DOR HUMANA






PERGUNTA:  Em face da Humana Sabedoria e do Poder de Deus, a dor e o  sofrimento não poderiam ser dispensados como processos morais de nossa evolução espiritual?


RAMATIS: A dor e o sofrimento não são "determinações punitivas" impostas por Deus, mas, sim, conseqüências resultantes da resistência do ser contra as leis disciplinadoras da sua evolução. Se o homem fosse abandonado a si mesmo, no tocante ao seu aperfeiçoamento espiritual, seria demasiadamente longo o caminho para a sua perfeição e libertação dos ciclos reencarnatórios.
A dor e o sofrimento são técnicas pedagógicas para o aprimoramento do ser, em seu processo evolutivo, e também conseqüentes a seus equívocos nas múltiplas vidas. A dor dinamiza as energias sutis do sofredor, herdadas pelo sopro divino, despertando nele, depois da revolta inicial, a reflexão sobre os porquês de sua desdita e fazendo-o procurar na razão e na fé novos rumos que, psicologicamente, o aliviam do sofrimento.
Em síntese, o padecimento é uma reação, previamente consentida, para trazer o eterno postulante para a senda da evolução espiritual, através de novos conceitos religiosos, filosóficos e morais, os quais lhe dão outro sentido vivencial.




PERGUNTA: Não haveria outro processo educacional, sem as reações dolorosas?


RAMATÍS: Durante o processo de aperfeiçoamento e expansão de sua consciência, o espírito tem de sofrer as injunções naturais do mundo onde atua. E essa luta através da organização carnal, provoca reações pacíficas ou rebeldes, calmas ou dolorosas, que servem de aprendizado no campo da vida eterna do espírito. O homem, no estágio rudimentar de sua evolução, pode ser comparado ao diamante bruto, espiritualmente, porém para eliminar as impurezas, perder as arestas dos defeitos anímicos e atingir a beleza radiosa do brilhante, precisa do atrito do esmeril da dor e da ação desse lapidário incomparável, o tempo. Nos mundos mais evoluídos, usa a camurça macia do amor traduzido em serviço ao próximo.



PERGUNTA: Observando as pessoas em suas conversas, notamos haver prazer ao relatarem seus males, cirurgias e infortúnios, mostrando o condicionamento geral ao sofrimento e, até, certa aceitação, o que faria a dor perder seu efeito salutar.


RAMATÍS:  Possivelmente a origem desse mórbido deleite esteja no aspecto doutrinário das seitas religiosas, que sempre consideraram a dor como castigo ou expiação de pecados, pois desconhecem a função purificadora dos desvios originários da índole animal. Sua função é despertar a luz angélica existente na intimidade da criatura. A lenda do "castigo divino" ou do "pecado original", por culpa de Adão e Eva, o primeiro casal enxotado do Paraíso e responsável pelo sofrimento humano, significa o exílio do espírito mergulhado na matéria, em busca do retorno à consciência divina. Malgrado os católicos, protestantes, adventistas, salvacionistas e outras seitas religiosas considerarem a Terra um "vale de lágrimas" ou uma penitenciária do Espaço, ela é uma ótima escola de educação primária, destinada a aperfeiçoar o espírito nó caminho da Evolução. Embora a humanidade faça do sofrimento um melodrama vulgar, na verdade, trata se de abençoado recurso do Alto para conduzir o espírito à senda de sua própria felicidade.





PERGUNTA: No entanto, a dor quase sempre abate o psiquismo, exaure o corpo, destruindo sonhos, prazeres e os momentos felizes. E, mesmo assim, conforme afirmais, ela seria a mola de nossa redenção. Porventura deveríamos amá-la e desejá-la?


RAMATÍS:  Não nos cabe amá-la e nem a desejá-la, porquanto, ela é fruto da nossa invigilância e pode-se dizer que, em nosso primarismo, não a podemos evitar, mas tãosomente suportá-la com resignação. Embora a dor e o sofrimento pareçam, num exame apressado, desmentir a sabedoria divina, têm sido glorificados pelas mais nobres vivências messiânicas e realizações espirituais no mundo. Muitas vezes, as belezas que nos inebriam os sentidos na Terra são frutos da dor e do sofrimento de artistas como Beethoven, surdo; Chopin, tuberculoso; Schumann, perturbado mentalmente; e, ainda, citaríamos Sócrates, Paulo de Tarso e Ghandi sacrificados pelo amor, pela liberdade e pela paz humana. Giordano Bruno, Savonarola e Miguel Servet, queimados pela verdade e liberdade de opinião. Francisco de Assis glorificou a pobreza e Jesus transformou a cruz infamante num dos símbolos da libertação espiritual.
Os brutos, coléricos, tiranos, invejosos, pérfidos, debochados, corruptos e corruptores, criminosos, toda a escória social têm, na dor, a lixívia corrosiva dos resíduos animalescos, alvejando a vestimenta perispiritual até torná-la transparente à luz divina interna, transformando-a nos trajes nupciais, que lhes permitem tomar parte no banquete de paz e alegria, entre os espíritos superiores ou puros.


RAMATÍS – “SOB A LUZ DO ESPIRITISMO”

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