Sabedoria Ramatis

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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Elucidações sobre o perispírito – III Parte







PERGUNTA: - Poderíeis dar-nos algumas elucidações mais amplas desse conjunto ou equipo perispiritual, que também é formado por outros veículos ou corpos imponderáveis?


RAMATÍS:  Atendendo aos objetivos desta obra, em particularizar os diversos aspectos da mediunidade sob o patrocínio do Espiritismo, faremos algumas observações gerais sobre o perispírito, mas sem nos estendermos às minúcias facilmente encontradas nas obras dos rosa-cruzes, teosofistas ou iogues. Cabe-nos, realmente, despertar o interesse dos espíritas estudiosos para a verdadeira natureza anatomofisiológica do perispírito e auxiliarmos os médiuns a lograrem mais êxito nos seus trabalhos mediúnicos, adquirindo maiores conhecimentos sobre a verdadeira vida do Espírito Imortal.
Através da escolástica hindu, sabe-se que o Universo é setenário, isto é, todas as manifestações mais importantes da Vida Cósmica e planetária são disciplinadas ou regi das por um padrão vibratório diretor, que é o número Sete. Entre essas manifestações setenárias, destacamos, principalmente, as seguintes: são sete as cores fundamentais do espectro solar e da cromática do mundo material; sete, as principais notas da música terrena; sete, os dias da semana e cada período lunar. Há sete pecados capitais e sete virtudes principais, sete planetas e sete esferas ocultas que se agrupam em tomo da Terra, pois o espírito do homem só se libera depois que atinge o sétimo céu
Foram sete os sábios da Grécia e as maravilhas do mundo; são sete os sentidos físicos das raças humanas no fim do seu ciclo planetário de educação física; também são sete as raças-mães de cada orbe e já vos encontrais na quinta raça-mãe. Jacob, em sonhos, viu os anjos subindo e descendo os sete degraus da escada evolutiva espiritual, enquanto o Apocalipse de João é pródigo em "sete selos, sete anjos, sete céus e sete castiçais". Em diversas atividades do homem, que dizem respeito aos momentos mais importantes da vida, observa-se ainda o padrão setenário regendo-lhe as manifestações e responsabilidades: a criança é considerada inocente até os sete anos, idade em que o espírito integra-se definitivamente no corpo físico; a puberdade no menino ou na menina chega aos quatorze anos, isto é, duas vezes sete, época na qual solidifica-se no homem o corpo astral da emoção ou dos desejos; a maioridade ou emancipação só se faz aos vinte e um anos ou três vezes sete, quando o homem já tem "juízo", pois, realmente, em tal fase fica de posse consciente do corpo mental, passando a raciocinar dali por diante sob sua inteira responsabilidade espiritual.
Ensina-nos a Ciência Transcendental que o duplo etérico possui sete chacras ou centros de forças etéricas, os quais correspondem às sete regiões principais do corpo físico e do perispírito do homem; o Prana 3 ou Vitalidade que alimenta esses chacras também é uma síntese de sete cores, que atestam um tipo de vibração ou variedade de cada zona corporal humana. Aliás, o próprio Prana está colocado entre os sete Elementos, que correspondem às sete regiões, ou sete invólucros do Universo ou de Brama, como dizem os orientais, a saber: Prana, a Vitalidade, Manas, o princípio inteligente ou a Mente; o Éter, o Vogo, o Ar, a Água e a Terra. 4
Eis por que as filosofias e doutrinas espiritualistas da Terra, em sua essência, tratam da revelação cosmogônica pela mesma ordem setenária, embora às vezes variem, entre si, nas suas denominações peculiares e especulações filosóficas, conforme seja a índole, o temperamento e as tradições de cada povo. Assim, por exemplo, os Rosa-Cruzes referem-se a sete divisões com relação ao homem, na seguinte forma: o mundo de Deus, o dos Espíritos Virginais, o do Espírito Divino, o do Espírito da Vida, o do Pensamento, o dos Desejos e o da Matéria. Embora se verifique aparente diferença com a mesma enunciação feita pela Ioga, na intimidade espiritual ambos concordam, malgrado a última assim especifique a sua definição setenária: Espírito, Mente Espiritual, Intelecto, Mente Instintiva, Prana ou Força Vital, Corpo Astral e Corpo Físico". 5
No entanto, para melhor entendimento e facilidade de estudo, achamos melhor reduzir essa enunciação setenária tão tradicional e familiar no Oriente, para uma concepção mínima de "quatro divisões", ficando assim esquematizada: "Espírito, Perispírito, Duplo Etérico e Corpo Físico": Deste modo, o Perispírito, no estudo espiritista, é o equipo que abrange, no seu conjunto, a mente espiritual, o intelecto, a mente instintiva, o Prana e o corpo astral da especificação Ioga, em correspondência, também, com o mundo do Espírito Virginal, do Espírito Divino, do Espírito da Vida, do Pensamento e dos Desejos da Rosa-Cruz. 6 São esses corpos ou elementos intermediários da atividade espiritual que, grupados num só conjunto, constituem o perispírito, o qual, então, preenche os planos intermediários e serve de elo para o Espírito pôr-se em contacto com a matéria. É a ponte de ligação entre o reino espiritual e o mundo físico, sem necessidade de esmiuçá-la com especificações e subdivisões que lhe destaquem o corpo mental, vital, espiritual ou astral, tão ao gosto dos orientais. Para os espíritas é suficiente enfeixar todas essas "subdivisões" e "veículos" intermediários, da filosofia Oriental, num só corpo ou equipo, qual seja o perispírito.
O perispírito não é, pois, um "corpo vaporoso", conforme a enunciação kardecista, mas um equipo complexo e capaz de atender as mais variadas atividades e desejos do espírito imortal. Considerando-se que a doutrina espírita é movimento de natureza popular, destinado a todos os "não iniciados" nas particularidades do mundo oculto, o Alto então aconselha que seja resumido o estudo do perispírito, tanto quanto possível, evitando-se a saturação mental que perturba os adeptos e médiuns ainda imaturos em tal assunto. Eis por que preferimos especificar esse estudo do seguinte modo: Espírito, a centelha ou a Luz Imortal sem forma; o Perispírito, abrange o corpo mental que serve para pensar; o corpo astral, que manifesta a emoção, os desejos, os sentimentos; o Duplo Etérico, com o sistema de "chacras"ou centros de forças etéricas (isto é, o corpo transitório de éter físico e situado entre o perispírito e o corpo físico, o qual se dissolve depois da morte do homem); e finalmente, o Corpo Físico, como a derradeira peça a ligar o Espírito imortal ao mundo material. Assim, pelo simples fato de o perispírito abranger o corpo mental que é a fonte do pensamento e o corpo astral, que dá vida aos desejos, sentimentos e emoções humanas, ele já se revela um instrumento inconfundível e de assombrosa complexidade, e não o "corpo vaporoso" citado na codificação kardecista por força da época. Ele é, realmente, a "ponte viva", para o Espírito alcançar a matéria e atuá-la de modo a impor suas idéias e os seus desejos. No Universo não existem fantasias nem milagres, mas tudo obedece a um processo de Ciência Cósmica regido por leis invariáveis, que regem o aperfeiçoamento das coisas e dos seres. É óbvio, pois, que a operação de "pensar", "desejar" ou "sentir" do espírito, exige sistemas, órgãos e mecanismos adequados na contextura do perispírito, em vez dele ser um corpo vaporoso semelhante à fumaça.
É sabido que as poses ou estados emotivos do homem produzem em seu corpo determinadas reações psicofisiológicas que interferem com o sistema nervoso cérebroespinhal, endocrínico, linfático, sanguíneo, ósseo, muscular e outros fenômenos específicos. Portanto, muito mais importante do que o corpo de carne é a estrutura anatomofisiológica do perispírito, que é a sua matriz original e organismo "preexistente" ao nascimento e sobrevivente à morte física.


3 - Vide o capítulo: "Algumas Noções sobre a Prana", à página 172. descansou da obra que fizera (Gênesis, 2:1, 2 e 3).
5 - Nota do Revisor: Para os leitores mais interessados nesse assunto, recomendamos as seguintes obras, que lhes proporcionarão excelentes ensinos sobre os fundamentos principais do Espírito Imortal, as quais assim se denominam: "Quatorze Lições de Filosofia Yoga","O Curso Adiantado da Filosofia Yoga", "Raja Yoga" e "Gnani Yoga", de Yogi Ramacharaka. Vide ainda, "Karrna Yoga", de Vivekananda, obras editadas pelo "Círculo Esotérico do Pensamento".
6 - Vide "Quadro Demonstrativo dos Sete Mundos", da obra "Mensagens do Astral", de Ramatís, principalmente a subdivisão região etérica, do "Mundo Físico", páginas 265 e 266, Segunda edição. Vide capítulo "Noções sobre o Perispírito e suas delicadas Funções", da obra "A Sobrevivência do Espírito", parte ditada pelo espírito de Atanagildo.






Do livro: “Elucidações do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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