Sabedoria Ramatis

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sábado, 19 de maio de 2012

Afinal, o que é exu?










RAMATÍS: O Incriado, o Imanifesto, o Deus único não se manifesta diretamente. D'Ele se expande um "fluido" informe que interpenetra em todas as sete dimensões vibratórias do Cosmo e, acima dessas faixas, torna-se novamente uno com o Pai. Num descenso vibratório, o Divino, por meio de exu, seu agente mágico, transforma-o em veículo de manifestação da Sua vontade, oportunizando Sua manifestação indireta em todas as vibrações e formas do Universo.
Todas as ondas, luzes e eletricidade, bem como todos os sons e magnetismo, são simples meios de manifestação de exu, que possibilitam a junção atômica das energias cósmicas nos formas que conseguis entender em vossa escassa percepção de encarnados. Liberando o panteão africanista das lendas antropomorfas recheadas de' símbolos e arquétipos do inconsciente coletivo, reforçados oralmente pelos sacerdotes tribais ao longo das gerações (maneira inteligente de fixar conhecimentos que de outra forma desapareceriam), conclui-se que exu é um aspecto do Divino que tudo sabe, para o qual não há segredos. A vibração de exu, indiferenciada, atua em todas as latitudes do Cosmo, não fazendo distinção de ninguém, tendo um caráter transformador, promovendo mudanças justas necessárias para o equilíbrio na balança cármica de cada espírito. Lembrai-vos de que antes da calmaria a tempestade rega a terra, refresca e traz vitalidade, ao mesmo tempo em que constrói, desfaz ribanceiras e quebra árvores com raios do céu. Exu é o princípio do movimento, aquele que tudo transforma, que não respeita limites, pois atua no ilimitado, liberto da temporalidade humana e da transitoriedade da matéria, interferindo em todos os entrecruzamentos vibratórios existentes entre os diversos planos do Universo. Por isso, exu é considerado o mensageiro dos planos ocultos, dos orixás, sendo o que leva e traz, o que abre e fecha, nada se fazendo sem ele na magia.
Nas dimensões mais rarefeitas, exu se confunde, unido aos orixás, com o eterno movimento cósmico provindo do Incriado, sendo característica d'Ele, denominação dessa qualidade transformadora impossível de ser transmitida no vocabulário terreno. Grosseiramente, exu movimenta a energia, não é a energia propriamente: o movimento rotatório do orbe cria as ondas, mas não é a água dos mares.
São muitos os espíritos que trabalham nas vibrações de exu, nas várias dimensões cósmicas. No Universo, tudo é energia, e na umbanda não é diferente: tudo se transforma para o equilíbrio, gerando harmonia. Por isso, precisais entender as correspondências vibracionais dos quatro elementos planetários: ar, terra, fogo e água, relacionando-os com cada um dos orixás, regentes maiores das energias cósmicas, aprofundando a compreensão da magia específica de cada exu. Eles atuam, segundo determinadas peculiaridades, nos sítios vibracionais da natureza, fazendo par com os orixás, pois o eletromagnetismo do orbe é dual: positivo e negativo. O Uno, o Eterno, o Incriado, Zambi, Olurum (um mesmo nome que representa a Unidade Cósmica) é "energia" e precisa se rebaixar para chegar aos planos vibratórios mais densos, onde estais agora. O Uno é dividido, tornando-se dual, tendo duas polaridades, onde existe a forma, o Universo manifestado na matéria, interpenetrado com o fluido cósmico universal.
Um exemplo de exu entidade, que tem para os zelosos das doutrinas puras um nome polêmico, pode ser citado: os denominados exus do lodo. Energicamente, os espíritos comprometidos com o tipo de trabalho que chancela esse nome atuam entre dois elementos planetários: terra e água. Se misturardes um pouco de terra com água, tereis a lama, o lodo. Essas entidades agem segundo o princípio universal de que semelhante "cura" semelhante: transmutam miasmas, vibriões etéricos, larvas astrais, formas-pensamento pegajosos, pútridos, viscosos e lamacentos, entre outras egrégoras "pesadas" de bruxarias e feitiçarias do baixo Astral que se formam nos campos psíquicos (auras) de cada consulente, em suas residências e seus locais de trabalho, desintegrando verdadeiros lodaçais energéticos, remetendo-os a locais da natureza do orbe que entrecruzam vibratoriamente a terra e a água: beira de rios e lagos, encostas de açudes, entre outros locais que têm lama e lodo. Nesses casos, entrecruzam-se nas demandas sob o comando de caboclos da falange de Ogum Iara. Podem também atuar próximo aos mares, à água salgada, agora sob o comando de caboclos da falange de Ogum Beira-Mar ou Ogum Sete Ondas.
Por isso, o ato ritualístico em alguns terreiros de jogar um copo de água na terra (solo) para fixar a vibração magnética da entidade, no momento de sua manifestação mediúnica (elemento que serve de apoio para a imantação vibratória das energias peculiares à magia trabalhada).



(Origem: “A Missão da Umbanda” - Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)


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