Sabedoria Ramatis

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Estrutura astral do movimento umbandista –ll parte


 


“Quantas vezes ocorrem sérios conflitos em um terreiro porque certo médium começa a manifestar uma entidade com o mesmo nome do guia do dirigente. Aí começam os ciúmes, asvaidades feridas, e gradativamente o médium "abusado" começa a ser desacreditado em sua mediunidade, como se uma determinada entidade fosse propriedade de alguém na Terra. Devemos estudar mais, observar melhor o plano astral e o que os espíritos do "lado de lá" têm para nos ensinar. Vemos muitos "sacerdotes" despreparados, fazendo coisas porque sempre foram feitas de determinada maneira, ou mesmo proibindo os trabalhadores da corrente de se instruírem por meio da leitura, o que é algo semelhante à "caça às bruxas" do tempo da Inquisição, que retorna atavicamente em algumas personalidades detentoras de poder religioso. Considerando que é possível um mesmo espírito atuar em diversas falanges com mais de um nome, de acordo com sua missão e evolução espiritual, percebemos o quanto é grande o nosso apego às entidades que nos assistem quando ouvimos corriqueiramente a seguinte afirmação de muitos médiuns: "meu guia", "meu caboclo", "meu exu". Na realidade, eles é quem nos escolhem do "lado de lá". A opção sempre parte do mundo espiritual. Quantas vezes nos achamos privilegiados por ter como guia o caboclo mais forte, quando ele está se manifestando bem ao nosso lado, no médium mais simples e prestativo do terreiro, como um humilde pai velho, por não encontrar mais no seu antigo aparelho o campo psíquico livre da erva daninha que é a sorrateira vaidade.
Da mesma forma, um espírito pode estar atuando manifestado mediunicamente em vários aparelhos ao mesmo tempo, numa diversidade de terreiros. É possível a certas entidades vibrarem numa espécie de multiplicidade vibratória (ubiqüidade), pois as distâncias e o tempo do "lado de lá" diferem em muito do plano físico. Imaginemos uma mesma fonte geradora de eletricidade que alimenta muitos fios que levam a energia para vários bairros. A mesma força que entra na mansão de João, entra no casebre de José, na choupana de Maria, na casa do feirante, no apartamento do médico, sendo a origem fornecedora a mesma, ainda que mude a luminosidade e a cor aos nossos limitados olhos.
Concluindo este item referente à estrutura astral do movimento umbandista, esclarecemos a quem acusa a umbanda de personalista que raramente uma entidade atuante em nossos terreiros se prende a uma encarnação específica e a revela aos filhos da Terra, pois entendem que esses detalhes são de pouca importância diante da gigantesca caridade que têm de prestar. A humildade, como bem recomenda a espiritualidade de umbanda, dispensa histórias romanescas de personalidades distintas do passado, a exemplo de ilustres tribunas, sacerdotes, centuriões e senhores da lei. Nossos guias bem sabem que os conhecimentos desses feitos servem apenas para exaltar um médium diante de uma comunidade.
É surpreendente o fato de personagens famosos de outrora estarem humildemente por trás de uma aparência de caboclo, como acontece com doutor Bezerra de Menezes, e inúmeros outros espíritos, a exemplo de Joana de Ângelis, que se apresenta com a vestimenta de uma vovó mandigueira do Congo velho africano. Apelamos aos companheiros de todas as frentes mediúnicas que deixemos os sectarismos de lado e permaneçamos distantes de nossas atitudes orgulhosas e superiores perante os irmãos que optam por doutrinas diferentes das que abraçamos. Vamos nos respeitar fraternalmente.”


(Origem: Do Livro “Umbanda Pé No Chão” – Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)

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