Sabedoria Ramatis

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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

As almas enfermas dos responsáveis pelas guerras










PERGUNTA: - Ainda quanto aos aspectos da Alma enferma, agradeceríamos vosso empenho em nos esclarecer, quanto à culpa das almas desequilibradas ou “doentes” em potencial, que desencadeiam guerras; e, além do morticínio de milhões de criaturas, a sua passagem pela Terra cria entre os povos um ambiente que degenera em novos ódios e represálias.


 RAMATÍS: - Sem dúvida, todos os filhos de Deus, mesmo os mais perversos, são dignos da magnanimidade divina e dos ensejos reeducativos para a sua redenção espiritual, embora suas provas devam ser disciplinadas pelo mesmo esquema espiritual de que “a colheita é de acordo com a semeadura”! É óbvio, pois, que as condições, os processos e o tempo empregado nessa retificação redentora, variam segundo o volume dos equívocos e delitos praticados pelos espíritos endividados. Os tiranos, os fazedores de guerras e os exterminadores de povos, depois da morte física enfrentam, por longo tempo, problemas terríficos e cruciantes de acordo com a extensão dos seus crimes e segundo a sorna exata de todos os minutos que empregaram nos atos de perversidade, vandalismo e prejuízo à humanidade. No entanto, depois de submetidos aos processos de retificação espiritual, mediante reencarnações sucessivas, que se processam através dos séculos, eles também logram a sua melhor graduação para os ensejos angélicos do futuro.
Porém, não julgueis que os tiranos e os déspotas são os únicos culpados pelos massacres, vandalismos, crueldades e saques praticados pelos seus comandados em tempo de guerra; a responsabilidade e a culpa são distribuídas proporcionalmente de acordo com as responsabilidades individuais de todos que, direta ou indiretamente, são unidades do conjunto. Em face da liberdade criminosa ensejada pela guerra, há soldados que deitam fogo a cidades indefesas, saqueiam os bens alheios, mutilam combatentes adversos, torturam fugitivos, trucidam jovens, velhos, mulheres e crianças, quer em obediência a ordens superiores, ou seja pela sua perversidade na desforra. Mas a Lei Cármica, em sua ação justiceira e impessoal pesa criteriosamente a “culpa individual” de cada criatura, responsabilizando-a por todo estímulo belicoso, ato agressivo ou contribuição direta ou indireta às atividades sangrentas da guerra desumana e fratricida.
Nenhum tirano, por mais poderoso e cruel, pode conduzir sozinho uma nação à guerra e ensopar de lágrimas o mundo. Ele, para atingir os seus fins bestiais, precisa do apoio incondicional dos próprios compatriotas e súditos. Geralmente, ante a simples perspectiva de uma guerra contra o “inimigo”, logo homens e mulheres estremecem, apreensivos; porém, ante a possibilidade de sua pátria ser vitoriosa contra as nações “inimigas”, então, em quase todos desperta a cupidez, a ganância e a desforra. Sob o clima beligerante, até as almas sensíveis de artistas, filósofos ou poetas, deixam-se contagiar pelas falsas glórias colhidas nos orticínios coletivos dos povos adversos; e cantam hosanas ou compõem poemas à pátria heráldica, incentivando o povo a impor-se triunfalmente na face da Terra.
A guerra é insuflada, igualmente, por interesses escusos, pois além de oportunidade para o saque, o ganho fácil, a investida desonesta aos degraus mais altos da política, é também um dos melhores ensejos para as promoções dos militares. Enquanto os soldados sonham com divisas de sargento e os oficiais inferiores ambicionam novos galões, os chefes de graduação militar superior mostram-se esperançosos de soldos extras e glorificações públicas. Alguns professores aproveitam a situação exaltada, para despertarem em seus alunos o sentimento belicoso. Os jornalistas, exaltados por um patriotismo frenético, consomem toneladas de tinta acirrando o ânimo do povo para a luta.
Os próprios sacerdotes católicos não se pejam de benzer armas, fazer orações e promover cerimônias religiosas em louvor da vitória de sua pátria, rogando a Deus que o ajude a destruir os seus “inimigos” odiosos.
Os tiranos, os sátrapas e os opressores da humanidade são “pontas de lança”, que abrem as comportas das paixões de amplitude coletiva. Eles não criam homens perversos, cúpidos e sanguinários. A presença desses gênios destruidores, na Terra, é um efeito moral da atração
magnética que está em ebulição na mente social, pois a dinâmica de “os semelhantes se atraem” também é uma lei psíquica. A presença e atuação de tais almas em vosso mundo é uma espécie de raio deflagrado pelos sentimentos inflamados da cobiça, domínio e dos recalques de orgulho patriótico, que estão em efervescência na consciência das massas que constituem o Povo. 1

1 – Nota do Médium: Haja vista o que cidadãos aparentemente pacíficos e honestos fizeram na última guerra, quando incorporados aos exércitos nazistas cometeram as atrocidades mais bárbaras, enquanto praticavam os roubos mais cínicos, pelo saque desaforado às bibliotecas,
museus e obras de arte, dos povos vencidos.
Sob o comando de Aníbal, Alexandre ou Napoleão, 2 muitos dos seus soldados e comparsas, diante da oportunidade fácil de satisfazerem seus próprios desejos e paixões abomináveis, revelaram-se bem mais perversos e sanguinários do que os seus chefes, pois enquanto estes, sem rancor pessoal, viam, nos seus exércitos e nas formações inimigas, somente as peças vivas de um jogo de xadrez de vida ou morte, os seus comandados praticavam as mais condenáveis atrocidades como o desforço pessoal.

2 – Nota do Médium: Vide comunicação mediúnica de Napoleão, em 13 de novembro de 1906, pelo famoso médium português Fernando de Lacerda, à página número 26, da obra “Do Pais da Luz”, livro primeiro, a qual serve de contribuição ao pensamento de Ramatís a respeito do assunto em foco. Obra editada pela Livraria da Federação Espírita Brasileira.

Porém, na balança fiel da Justiça Divina, a culpa coletiva das atividades guerreiras divide-se, proporcionalmente, a cada um dos seus participantes, tendo em conta as imposições a que o indivíduo está obrigado perante a lei humana e as exorbitâncias das atitudes pessoais, que são uma decorrência do seu próprio livre-arbítrio.
A desonestidade, a violência, a traição ou o sadismo, tanto no setor das atividades morais quanto no campo das incumbências materiais, são de responsabilidade individual. Nenhum tirano ou déspota pagará pelo crime do seu soldado ou subalterno que, exorbitando do seu dever, deita fogo na casa pacífica, mutila o prisioneiro fujão, profana a moça indefesa ou trucidam velhos,
crianças e mulheres inofensivos.



(Retirado do livro: Elucidações do Além – Hercílio Maes- Ramatís)

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